Mais um ano que começa, e como em todos os inícios de novo ano, a palavra esperança repete-se e entoa-se em todas as conversas e suspiros. Não andaremos nós demasiado esperançados com a esperança? Não há poeta Português, de nome, que ouse prescindir de palavra tão gasta em alguns dos poemas que eterniza.
Um dia, mortos, gastos, voltaremos
A viver livres como animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.
O vento leva os mil cansaços
Dos gestos agitados irreais
E há-de voltar aos nossos membros laços
A leve rapidez dos animais.
Esperança e saudade, palavras tão Portuguesas, bonitas, sentidas, e que tão bem caracterizam o nosso estado de espírito de sempre.
Já agora, bom ano para todos.