
O incidente aconteceu no dia 8 deste mês e está a ser investigado por um inspector nomeado pelo Conselho Executivo da escola, que ontem optou por não comentar o caso. O adolescente, órfão de pai há seis anos, é descrito na comunidade escolar como “irrequieto e irreverente”, mas tem um aproveitamento curricular “aceitável”.
O situação foi comunicada à mãe do aluno, no final do dia, pelo próprio docente, de 55 anos, que lhe disse que o filho “se tinha portado mal na escola” e, por isso, “o tinha tentado emendar”.
O professor terá apanhado o aluno num corredor, levando-o de seguida para uma casa de banho, onde lhe bateu.
Na altura, a encarregada de educação, residente com o filho em Cernache de Bonjardim, achou “normal” que o professor tivesse “corrigido” o filho, mas depois ficou “aflita” quando chegou a casa e viu o rapaz com o rosto avermelhado e hematomas nas costas.
Mesmo assim, não apresentou queixa contra o docente e o adolescente não chegou a ser assistido, voltando às aulas no dia seguinte. O caso está a ser tratado com “muito cuidado” pelos responsáveis da escola. Rui Moreira, coordenador do Agrupamento de Escolas da Sertã, apenas confirma que está em curso “um inquérito de averiguações”.
“Se se provar que houve agressão é muito grave. Vamos esperar pelo resultado das investigações. Caso se confirme que houve agressão, então que se actue disciplinarmente”, adiantou Dulce Pinheiro, dirigente e delegada do Sindicato de Professores da Região Centro em Castelo Branco, lembrando que os docentes estão sujeitos a um regulamento disciplinar.
AUTORIDADE PRECISA-SE
A Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) defende uma alteração na legislação para que as agressões aos professores passem a ser consideradas crime público. “É o Ministério Público que deve assumir a apresentação da queixa e a defesa do professor”, defendeu em Novembro último o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva. O dirigente sindical observou que, “muitas vezes, por receio de represálias, os professores sentem-se coibidos de fazer queixa”. “É necessário que o professor sinta confiança e segurança quando entra na escola e que sinta que está protegido por legislação que lhe permite exercer a sua autoridade”, realçou ainda João Dias da Silva. Na perspectiva do secretário-geral da FNE, esta alteração legislativa é necessária para que se verifique “um reforço da autoridade dos professores”. No ano lectivo de 2004-05, foram agredidos 79 professores nas escolas, 11 dos quais tiveram de receber assistência hospitalar. Outros 139 funcionários e 1014 alunos também foram agredidos.
VÍTIMAS DE AGRESSÃO E ASSÉDIO
A Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores (DECO) divulgou, em Setembro último, um inquérito a 37 mil alunos e nove mil professores – de 204 escolas secundárias – que revelou “alguns sinais inquietantes ao nível da segurança e criminalidade”. Medo, insegurança, receio em falar ou menor prazer em ir às aulas e estudar e também absentismo escolar foram algumas das reacções diagnosticadas no estudo. “É nas imediações das escolas que as situações de insegurança assumem contornos mais graves”, revelou o estudo da DECO, adiantando que muitos dos alunos revelaram ter sido vítimas, dentro da escola e nas imediações, de assaltos, ofensas verbais e físicas, ameaças, racismo, assédio e abuso sexual. Uma grande parte dos alunos e professores também censurou a falta de condições físicas das escolas.
VIOLÊNCIA EM NÚMEROS
- 1232 asos de violência escolar registados pelo Ministério da Educação no ano lectivo 2004-05, mais 181 do que no ano anterior.
- 1014 casos envolvendo a integridade física dos alunos. Em 159 deles foi necessário tratamento hospitalar.
- 79 professores foram agredidosno ano lectivo de 2004-05. Onze tiveram de ser assistidos no hospital.
- 139 funcionários não docentes agredidos dentro das escolas no mesmo ano lectivo.
- 2142 crimes registados pela PSP no Programa Escola Segura nas imediações dos estabelecimentos de ensino.
- 1287 roubos e furtos nas imediações das escolas – a alunos, professores e funcionários – foram registados pela PSP no ano lectivo de 2004-05.
- 501 ocorrências registadas pela GNR no Programa Escola Segura em 2005.
- 530 agressões e 211 crimes de vandalismo foram investigados pela PSP nas escolas.
Concluindo: Se o aluno ficou com hematomas e as agressões foram graves, este professor deve ser chamado à atenção, agora se o aluno levou só uma bofetada por evidenciar uma tremenda falta de respeito para com o seu professor, teve o castigo merecido. Terminem com este clima de insegurança e medo que faz com que os professores tenham medo dos seus alunos.
Ao condenar os professores só estamos a proporcionar uma maior falta de responsabilidade e noção de sociedade para os alunos desrespeitadores. Não é isto que nós queremos.
O situação foi comunicada à mãe do aluno, no final do dia, pelo próprio docente, de 55 anos, que lhe disse que o filho “se tinha portado mal na escola” e, por isso, “o tinha tentado emendar”.
O professor terá apanhado o aluno num corredor, levando-o de seguida para uma casa de banho, onde lhe bateu.
Na altura, a encarregada de educação, residente com o filho em Cernache de Bonjardim, achou “normal” que o professor tivesse “corrigido” o filho, mas depois ficou “aflita” quando chegou a casa e viu o rapaz com o rosto avermelhado e hematomas nas costas.
Mesmo assim, não apresentou queixa contra o docente e o adolescente não chegou a ser assistido, voltando às aulas no dia seguinte. O caso está a ser tratado com “muito cuidado” pelos responsáveis da escola. Rui Moreira, coordenador do Agrupamento de Escolas da Sertã, apenas confirma que está em curso “um inquérito de averiguações”.
“Se se provar que houve agressão é muito grave. Vamos esperar pelo resultado das investigações. Caso se confirme que houve agressão, então que se actue disciplinarmente”, adiantou Dulce Pinheiro, dirigente e delegada do Sindicato de Professores da Região Centro em Castelo Branco, lembrando que os docentes estão sujeitos a um regulamento disciplinar.
AUTORIDADE PRECISA-SE
A Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) defende uma alteração na legislação para que as agressões aos professores passem a ser consideradas crime público. “É o Ministério Público que deve assumir a apresentação da queixa e a defesa do professor”, defendeu em Novembro último o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva. O dirigente sindical observou que, “muitas vezes, por receio de represálias, os professores sentem-se coibidos de fazer queixa”. “É necessário que o professor sinta confiança e segurança quando entra na escola e que sinta que está protegido por legislação que lhe permite exercer a sua autoridade”, realçou ainda João Dias da Silva. Na perspectiva do secretário-geral da FNE, esta alteração legislativa é necessária para que se verifique “um reforço da autoridade dos professores”. No ano lectivo de 2004-05, foram agredidos 79 professores nas escolas, 11 dos quais tiveram de receber assistência hospitalar. Outros 139 funcionários e 1014 alunos também foram agredidos.
VÍTIMAS DE AGRESSÃO E ASSÉDIO
A Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores (DECO) divulgou, em Setembro último, um inquérito a 37 mil alunos e nove mil professores – de 204 escolas secundárias – que revelou “alguns sinais inquietantes ao nível da segurança e criminalidade”. Medo, insegurança, receio em falar ou menor prazer em ir às aulas e estudar e também absentismo escolar foram algumas das reacções diagnosticadas no estudo. “É nas imediações das escolas que as situações de insegurança assumem contornos mais graves”, revelou o estudo da DECO, adiantando que muitos dos alunos revelaram ter sido vítimas, dentro da escola e nas imediações, de assaltos, ofensas verbais e físicas, ameaças, racismo, assédio e abuso sexual. Uma grande parte dos alunos e professores também censurou a falta de condições físicas das escolas.
VIOLÊNCIA EM NÚMEROS
- 1232 asos de violência escolar registados pelo Ministério da Educação no ano lectivo 2004-05, mais 181 do que no ano anterior.
- 1014 casos envolvendo a integridade física dos alunos. Em 159 deles foi necessário tratamento hospitalar.
- 79 professores foram agredidosno ano lectivo de 2004-05. Onze tiveram de ser assistidos no hospital.
- 139 funcionários não docentes agredidos dentro das escolas no mesmo ano lectivo.
- 2142 crimes registados pela PSP no Programa Escola Segura nas imediações dos estabelecimentos de ensino.
- 1287 roubos e furtos nas imediações das escolas – a alunos, professores e funcionários – foram registados pela PSP no ano lectivo de 2004-05.
- 501 ocorrências registadas pela GNR no Programa Escola Segura em 2005.
- 530 agressões e 211 crimes de vandalismo foram investigados pela PSP nas escolas.
Concluindo: Se o aluno ficou com hematomas e as agressões foram graves, este professor deve ser chamado à atenção, agora se o aluno levou só uma bofetada por evidenciar uma tremenda falta de respeito para com o seu professor, teve o castigo merecido. Terminem com este clima de insegurança e medo que faz com que os professores tenham medo dos seus alunos.
Ao condenar os professores só estamos a proporcionar uma maior falta de responsabilidade e noção de sociedade para os alunos desrespeitadores. Não é isto que nós queremos.
(com: correio da manhã)