Tivemos de nos humilhar aos olhos de todo o mundo, reconhecendo que era-mos incapazes de controlar a nossa despesa pública, para finalmente fazermos algumas reformas, uma das mais importantes é sem dúvida a restruturação administrativa do nosso território, que se encontra completamente obsoleta, não datasse de 1835. É quase que mitológico falar na palavra extinção de freguesias ou concelhos, contudo a criação das mesmas tem sido uma constante no decorrer dos anos. Os mais deflatores dirão: “Jobs for the Boys”, eu digo “Lack of courage”.
A extinção/fusão de Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais está eminente. O acordo assinado entre o governo português e a famigerada Troika (trio composto por BCE, EU e FMI) prevê que a partir de Julho de 2012 o número de autarquias e freguesias, atualmente de 308 e 4.259 respetivamente, deve ser drasticamente reduzido. O target é as próximas eleições autárquicas. E se pudéssemos duvidar dos efeitos reais deste anúncio, dada a competência para a embustice dos nossos políticos, não nos esqueçamos que todas estas medidas estão a ser supervisionadas por entidades estrangeiras, e que basta uma trapalhada (normal por cá) para que a fonte do dinheiro se seque instantaneamente.
Atrevo-me a dizer que o ano de 2009 foi o último ano em que houve eleições autárquicas para os concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra, tudo indica que estes três concelhos serão fundidos.
Apesar de concordar com esta medida, e como mostra a sondagem recentemente feita pelo Tertúlia do Pinhal grande parte dos nossos leitores também pensa assim, há questões muito importantes que terão de ser esclarecidas. Por exemplo, como se irão juntar 3 concelhos tão díspares a nível financeiro. Um está completamente falido (castanheira de Pêra) outro para lá caminha (Figueiró dos Vinhos) e Pedrógão Grande que apresenta algum fulgor financeiro fica apreensivo. Valerá a regra do mais rico ajudar o mais pobre e faz-se esta junção há boa maneira portuguesa, ou seja, junta-se e logo se vê, ou serão tomadas em conta todas estas questões de forma a garantir uma transição pacifica e sossegada?! Sim à fusão dos concelhos, mão não a qualquer preço!
Uma preocupação para com os funcionários públicos destes concelhos, o que lhes irá acontecer? Estarão englobados nos 2% de dispensas que o acordo governo/troika prevê fazer nas organizações locais?