
Os piores prognósticos confirmaram-se, os brasileiros não se adaptaram. Uns partem, outros vivem em condições difíceis e outros pensam em partir.
Das cinco famílias originalmente instaladas
O empresário, que a pedido da presidente de câmara, investiu o seu dinheiro na formação (na área da restauração) destes brasileiros, para tornar as suas estadias em Portugal legais, lamenta, em declarações à lusa, todo este processo, dizendo que: “Chegaram cá e a Câmara não os conseguia legalizar, só o podia fazer na restauração ou construção civil. Ficaram todos a trabalhar comigo, mas neste momento nenhum deles está”.
O projecto inicial da Câmara tinha como ideia base o repovoamento progressivo de Vila de Rei em várias etapas, ou seja, aos 15 cidadãos que chegaram à 5 meses, deviam-se juntar mais 250 cidadãos (60 famílias), até ao ano de 2008.
Como já havia sido debatido num outro artigo (consulte aqui) esta medida, levada a cabe pela Presidente de Vila de Rei, é, e passo a citar o que escrevi na altura, “decididamente esta autarca preteriu a solução pensada a longo prazo em deferimento da solução fácil e inconsequente, os prejuízos daí inerentes serão assoladores”.
Caberá na cabeça de alguém que estes estrangeiros fariam por Vila de Rei, num ano, aquilo que as pessoas da terra tentam fazer há décadas?
Não existirão “filhos da terra” que quererão fazer as suas vidas nas vilas e aldeias que os viram nascer?
Não terão estes brasileiros chocado com os mesmos problemas que todos nós, residentes da zona do pinhal, chocamos? Falta de emprego digno, perspectivas futuras, bom nível de vida, remunerações aceitáveis, etc….
Decididamente estes brasileiros foram usados e humilhados. Quão não será a humilhação que um Ser sente ao ser trazido para uma terra, que nada oferece e tudo exturque, e sabendo que vai trabalhar para onde mais ninguém quer trabalhar e ganhar o que ninguém quer ganhar?! Terão subestimando as suas capacidades, será que por virem de um pais do chamado terceiro mundo, lhes terá sido passado um atestado de ignorância e de falta de ambição? Que convenceu, afinal, os mentores desta ideia de que estes brasileiros não veriam o mundo para alem de Vila de Rei?
Criem condições e empregos de valor, se querem desenvolver esta região à base do emprego mal remunerado só tendem a aumentar a cada vez mais deficitária curva do desenvolvimento.
Para acabarem com este fluxo migratório negativo, devem, desde já, dar prioridade aos “vossos”, e pensarem neles como a base do nosso futuro. Talvez abstracto, eu chamo-lhe sensato!