Na passada Quinta-Feira (12-07-2007) realizou-se em Figueiró dos Vinhos um debate sobre as virtudes, problemas e soluções para dinamizar as regiões do interior do País. Um debate interessante moderado pelo Jornalista João Marcelino (Directos do Diário de Noticias) e com a presença dos oradores Jorge Coelho (ex-ministro socialista, e comentador no programa Quadratura do Circulo, da Sic Noticias), e Dias Loureiro (antigo ministro social-democrata).
O encerramento de escolas e outros equipamentos e serviços "é necessário e está certo para o país que temos", mas, questionou Jorge Coelho, "o país que temos [com o investimento todo no litoral], é o país que queremos?" Esses "cortes não obedecem a uma estratégia de reordenamento do território e de desenvolvimento do país", acrescenta o antigo ministro do PS, confessando-se "preocupado" que assim seja.
Reconhecendo que, sobretudo no interior, há, por vezes, equipamentos a mais e que não faz sentido mantê-los em funcionamento, o ex-dirigente socialista sublinha, no entanto, a necessidade de actuar em função de "uma estratégia clara" que importa definir. E é em função dela, sustenta, que se devem enfrentar os problemas do interior (e do litoral, que também os tem, sobretudo nas "zonas suburbanas, onde a qualidade de vida chega a ser péssima").
Dias Loureiro encara a questão de forma idêntica. "Em que medida o interior, ajudando-se a si próprio, pode ajudar o país?" Ajudar o país particularmente em relação à sua maior dificuldade, isto é, a "criar riqueza" e a fazer com que produza mais do que aquilo que gasta. A resolução do desequilíbrio passa, essencialmente, pelo aumento das exportações, pelo turismo e pela reconquista de quotas do mercado interno, advoga Dias Loureiro, considerando que isso é tarefa de tudo e todos, da administração central e do poder local, de empresários e trabalhadores, do litoral e do interior, até porque, sublinha, as condições numa e outra regiões "não são tão diferentes quanto isso".
Para o antigo governante e dirigente social-democrata, a obra feita ao longo das últimas três décadas esbateu ou acabou mesmo com muitas assimetrias e impõe, agora, outro tipo de papel ao poder local, em relação ao qual "há autarquias a trabalhar bem no interior e mal no litoral" e vice-versa.
Para dar esse salto, o país precisa de regionalização, diz Jorge Coelho, defendendo, todavia, a necessidade de um amplo consenso prévio e de "uma proposta com pés e cabeça", baseada nas cinco regiões-plano.
"O "inacreditável mapa" referendado explica, em boa medida, a sua rejeição pelos portugueses, justifica. Já para Dias Loureiro, as regiões administrativas "não resolvem minimamente o problema português", pelo contrário, agravá-lo-ão, contrapõe o social-democrata, altura em que surgiu uma das raras divergências da noite entre os dois convidados do debate.
Esta iniciativa só pecou pela fraca divulgação que teve junto das populações residentes fora do concelho.
(com D.N.)
4 comentários:
"Ajudar o país particularmente em relação à sua maior dificuldade, isto é, a "criar riqueza" e a fazer com que produza mais do que aquilo que gasta. A resolução do desequilíbrio passa, essencialmente, pelo aumento das exportações, pelo turismo e pela reconquista de quotas do mercado interno" assim como pela fixação de jovens no interior, o que certamente nao acontecerá enquanto forem fechados centros de saúde, escolas, e toda uma infinidade de infra-estruturas necessárias ao bom desenvolvimento de qualquer parte do país. Até porque isto é um ciclo vicioso: as pessoas saiem do interior, fecham as infra-estruturas, as pessoas voltam a sair, e por aí adiante. Depois só nos resta importar uns quantos brasileiros que assim que se veem resolvidos do problema da imigração, não se importam em saltar para o concelho vizinho. Será que assim se cria riqueza, produção e exportação? Não sei porquê, não creio!!! Eh lá coisas levadas do diabo.
Pá, e se forem ilegais vão pó poço corga, que é lá que fazem falta.
dêm o interior aos ricos que é o que vai haver cada vez mais e mandem os pobres pró mar
Hoje a acção das autarquias, juntas de freguesia incluidas, já não têm o mesmo objectivo: as grandfes obras físicas. hoje é mais importante criar politicas e medidas concretas de apoio à fixação das populações, à captação de investimentos, etc. A questão não se coloca em termos de interior litoral. Há concelhos no litoral que são desenvolvidos e outros não.
concelhos do interior que são desenvolvidos e outros não. O que os diferencia ? Resposta: As pessoas. Os autarcas. Olhem para a Sertã e comparem por exemplo com Pedrogão. São concelhos contíguos. Os concelhos hoje em dia t~em de ter outra perspectiva de desenvolvimento. A criação das grandes obrsa físicas estão praticamente feitas em todo o lado; escolas, centro saude, biblioteca, campo futebol, pavilhão, piscina, etc. Os concelhos não podemm continuar a fazer o que faziam à 50 anos atrás. Têm de captar investimentos, "vender" fora de portas as suas potencialidades, criar incentivos concretos à fixação da população, Exem. baixar a percentagem de IRS que recenm do EStado, prémio para cada nascimento, baixar o IMI, baixar a derrama, prémios susbtanciais por cada posto de trabalho criado, isenção de taxas, etc. etc. etc.
A população do concelhos tem vindo a diminuir ano após ano. pergunto o que é que as Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesia ( autarcas eleitos pelo POvo ) fizeram para estancar isto? Que medida concreta tomaram ?
Comparem os concelhos e verificam que há concelhos contiguios mais desenvolvidos que outros. Foi por obra e graça do sr espirito santo ? Não.
A questão resume-se a bons e medianos autarcas, só isso! Aqueles que não se resignam e os que acomodam, que reagem e não agem, que contuam a passar mesmos atestados de há 30 anos. Sem qualquer capacidade de iniciativa.
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