Este que foi o maio incêndio da última década em Castanheira de Pêra e o maior registado em Portugal este ano.
30 março 2009
INCÊNDIO - Fim de semana complicado em Castanheira de Pêra
Este que foi o maio incêndio da última década em Castanheira de Pêra e o maior registado em Portugal este ano.
23 março 2009
C.M. Castanheira de Pêra à beira da falência
De acordo com o diário As Beiras o endividamento do Município ultrapassa, em dobro, o que está determinado por lei. Fernando Lopes refere ao mesmo jornal que no primeiro trimestre de 2009, a divida é superior a oito milhões. Uma situação para a qual contribuiu, em muito, a construção da Praia das Rocas.
A autarquia tem praticamente concluído um Plano de Reequilíbrio Financeiro, de modo a que o Estado dê o aval a um empréstimo junto da banca. Este programa de pagamento de dívidas será alargado a 20 anos e implicará grandes limitações à gestão autárquica, que fica impossibilitada de fazer sequer a contratação de um funcionário, ao mesmo tempo que terá de apresentar trimestralmente as contas à tutela.
Ao mesmo jornal, Fernando Lopes admite que o “controlo por parte da DGAL será muito apertado”, garantindo que “a intenção da autarquia será cumprir aquilo que ficar estipulado”. O autarca acrescentou que, “assim, será possível estabelecer uma relação de confiança com os fornecedores e cumprir as nossas obrigações com as empresas que têm sido tão penalizadas pela crise”.
03 março 2009
Mário Crespo - Está bem ... façamos de conta
Se não conhecem o artigo leiam-no, é um exemplo para a nossa democracia.
"Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.
Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos."