Infelizmente têm sido muitas as notícias de violência doméstica grave na nossa região, um autêntico flagelo que merece maior acompanhamento das autoridades e endurecimento das penas a aplicar.
Em Portugal a justiça é branda para quem pratica atos de violência doméstica, parece que ainda reina a velha máxima do "entre marido e mulher não metas a colher".
Devia-mos seguir o exemplo dos nossos vizinhos espanhóis que fomentaram uma campanha nacional de grande escala para que tanto as vitimas de violência doméstica como testemunhas acusassem os agressores. Estes por sua vez iriam encontrar uma justiça sem complacência para com estes comportamentos primitivos.
Violência doméstica deveria ser considerada crime público, não sendo dessa forma necessária qualquer queixa por parte da vítima, que na maior parte dos casos não denuncia os abusos por medo de represálias e porque a justiça pura e simplesmente é branda!
O caso mais recente de violência doméstica ocorreu em Pedrógão Grande, Casal da Marinha, entre Paulino Ribeiro, 55 anos, e Maria da Assunção Ribeiro, 43. Eram frequentes os desentendimentos "por tudo e por nada". Esta semana o homem chegou a casa embriagado, pelas 23h00, e agrediu a mulher e os dois filhos, de 16 e 21 anos, a murro e a pontapé. E "pendurou" Maria Assunção na varanda da casa, a uma altura três metros.
"Ele já bateu muitas vezes na mulher e ontem [quarta-feira] foi mais um desses dias. Quando o filho viu a mãe agarrada às grades da varanda para cair, segurou o pai pelas costas e não deixou que lhe batesse mais. Ainda são uns metros de altura e a mulher esteve pendurada. Valeu--lhe o filho, que segurou o pai, e a filha, que foi por baixo ampará-la" para escorregar até ao chão, declarou ao Correio da Manhã uma vizinha do casal, que pediu para não ser identificada. "Ele gritou para o filho o largar. Quando se soltou do rapaz, deu-lhe murros e pontapés e foram todos para o hospital."
Segundo os Bombeiros de Pedrógão Grande, duas pessoas ficaram em estado grave – a mulher e o filho. O agressor e a filha sofreram pequenas escoriações. Já todos tiveram alta hospitalar.
Isidro Silva, irmão de Maria da Assunção, explicou que ela e os dois filhos estão fisicamente recuperados, mas encontram--se longe do agressor. "Contactei a minha irmã e ela disse-me que os três estavam bem e recuperados. Contudo, não me quis dizer onde se encontravam", explicou o familiar.
Além dos militares da GNR, deslocaram-se ao local oito bombeiros da corporação de Pedrógão Grande, apoiados por três ambulâncias, que prestaram assistência às vítimas.
MÃE E FILHOS AINDA NÃO FIZERAM QUEIXA
Segundo a GNR, até ontem não tinha sido "apresentada qualquer queixa motivada pela ocorrência". "Quando a GNR chegou ao local, as vítimas estavam a ser socorridas pelos bombeiros, e os militares não presenciaram qualquer agressão. Como não houve flagrante delito, ninguém foi detido. O processo seguirá para tribunal", explicou uma fonte da GNR de Leiria, adiantando que "não foi usada qualquer arma ou objeto nas agressões".
(com: Correio da Manhã)