O IC8 volta a dar que falar, e como sempre pelas piores razões. Esta que é considerada uma das estradas mais perigosas do pais ceifou este domingo a vida de onze pessoas, num despiste do autocarro onde seguiam, que caiu numa ravina cerca das 8:30, no nó de acesso do IC8 ao Carvalhal, na Sertã. O autocarro, de matrícula espanhola, transportava um grupo de 43 pessoas, incluindo sete crianças, que iam numa excursão de autocarro a Santa Maria da Feira. Dez das 11 vítimas mortais eram residentes no concelho de Portalegre e uma no concelho de Monforte. Entre 33 feridos registaram-se seis graves, transferidos para os Hospitais Universitário de Coimbra, Castelo Branco e Hospital de São José, em Lisboa. Todas as vítimas mortais eram adultos com idades compreendidas entre os 50 e os 70 anos. Para as operações de salvamento foram enviadas para o local 293 operacionais do INEM, PSP, GNR e bombeiros, apoiados por 97 viaturas, chegando a ser acionado um helicóptero de socorro e assistência que acabou por não atuar devido às condições meteorológicas. Para retirar o autocarro da ravina foram enviadas duas máquinas para o local. A Câmara de Portalegre instalou um dispositivo de apoio à vítima, composto por dois psicólogos, um técnico de apoio e um outro técnico de saúde, para ajudar os familiares dos sinistrados. O presidente da Câmara da Sertã reconheceu a perigosidade do local onde o autocarro se despenhou, uma descida inclinada a seguir a uma curva, e afirmou que a autarquia vai tentar solucionar o problema. Condolências O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, enviou "um abraço de grande solidariedade" às famílias das vítimas e disse estar informado que "a Proteção Civil atuou de forma pronta" e que "a situação está a ser seguida, como é próprio nos hospitais, com a maior dedicação de modo a minimizar os riscos de perdas de vidas humanas nesta tragédia". "Quero, sobretudo, como primeiro-ministro, endereçar às famílias enlutadas um abraço de grande solidariedade num momento que é, com certeza, muito difícil para todos, mas também para todo o país", afirmou Pedro Passos Coelho. Também o líder nacional do PS, António José Seguro, manifestou também o seu "pesar" pela morte das 11 pessoas e enviou os "sentimentos" às famílias das vítimas. "Segundo os relatos que me chegaram, há cerca de uma dezena de portugueses que morreram e há bastantes feridos, e eu quero expressar aqui o meu pesar e enviar os meus sentimentos às famílias dos portugueses que faleceram neste trágico acidente", disse António José Seguro. Num comunicado enviado à agência Lusa, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, apresentou "sentidas condolências" às famílias das vítimas mortais resultantes do acidente, e disse esperar que "os feridos possam regressar rapidamente a suas casas, para junto dos seus familiares". O Ministério da Saúde "disponibiliza também todo o apoio psicológico e respetivo acompanhamento que as famílias das vítimas vierem a necessitar", acrescentou. Dez das vítimas mortais eram residentes em Portalegre Segundo a presidente do município de Portalegre, dez das 11 vítimas mortais eram residentes no concelho de Portalegre e uma no concelho de Monforte, na freguesia de Assomar. Adelaide Teixeira, que falava em conferência de imprensa, acrescentou que entre as vítimas mortais, entre os 40 e 65 anos, havia três casais. A autarca de Portalegre anunciou que as autópsias aos cadáveres, todos eles na morgue do Hospital de Castelo Branco, vão ocorrer esta segunda-feira pelas 06:00. A Câmara Municipal de Portalegre vai decretar luto municipal nos próximos dias, não havendo ainda um período específico definido. O acidente vitimou um total de 44 pessoas, quatro do concelho de Monforte, três do concelho de Marvão, duas do concelho de Arronches, uma do concelho de Castelo de Vide e as outras 34 do concelho de Portalegre. Do total de 33 feridos, 22 são considerados ligeiros.