15 setembro 2009

O típico incendiário português – É alcoólico e fá-lo por gosto


Mais uma época de incêndios que está a chegar ao fim.
Este ano a área ardida aumentou substancialmente relativamente aos anos anteriores.
Muitos acusarão o governo deste desaire, todavia devemos ter em conta as condições meteorológicas deste ano, um verão muito mais quente quando comparado com os outros dois que o precederam.
Contudo não sejamos ingénuos, se os governantes se vangloriam quando a área ardida diminui, ostentando todas as medidas por si tomadas, porque também não o fazem na situação contrária?! Ou será que baixaram a guarda e não o querem assumir?!
De uma análise muito simplista, atrever-me-ia a dividir a culpa da enorme variação de área ardida ao longo dos anos, da seguinte forma: Metrologia (60%), decisões governamentais (20%) e proprietários (20%).
Na maioria dos casos, e penso que injustamente, muitos dos incêndios deste país são atribuídos a poderes ligados às imobiliárias e aos lobbies da indústria da madeira. Leiam a noticia que transcrevo em anexo, penso que retrata perfeitamente o típico incendiário português:



Casas com as chamas à porta e os moradores em pânico; 96 horas de inferno para os 600 bombeiros e o equivalente a 115 campos de futebol devastados num dos piores incêndios deste ano.
E tudo com um simples isqueiro, apenas porque ‘João’ se lembrou e lhe apeteceu, ao passar no buraco 4 do golfe do Belas Clube de Campo, Sintra. ‘João’ não tem interesses imobiliários e não lhe pagam para incendiar. Aos 44 anos, além dos sete litros de vinho tinto por dia, simplesmente gosta de ver arder.
Não conduz, nem precisa. Anda quilómetros a pé na zona de Caneças, onde vive, e só lhe irritam as silvas. Arranham-no quando sai torto do café e se dirige a casa, no concelho de Odivelas, em zona de fronteira com Sintra e Loures. Para alcançar estes dois concelhos só tem de andar uns quilómetros. Mas o pior são as silvas que o arranham, "picam", e os caminhos "sujos" que odeia trilhar. Por isso lança-lhes fogo desde os seus 15 anos sem ser apanhado, confessa.
‘João’ irrita-se com as silvas mas também gosta do fogo em si. E não é como o comum dos incendiários, que o fazem para depois ver os bombeiros em acção. Até porque estes também o irritam, fazem "muito barulho" e apagam o que ele mais gosta de ver. As chamas. Depois de quase 30 anos a incendiar centenas de hectares, ‘João’ foi traído na última sexta-feira por um pequeno fogacho. A secção de combate a incêndios de mão criminosa da PJ de Lisboa já tinha traçado um perfil de incendiário para as características de vários fogos, todos de ignição directa em carreiros – e ‘João’ encaixava que nem uma luva.
A simples suspeita num incêndio menor, depois de todo o trabalho de monitorização da PJ nos casos anteriores, permitiu ligar ‘João’ a seis incêndios florestais: três neste ano e três no ano passado, entre os concelhos de Odivelas, Loures e Sintra, aqueles que ‘João’ percorre a pé. No caso de Belas, Sintra, onde no total (23 de Agosto do ano passado e 21 de Agosto deste ano) fez arder mais de 200 hectares, fica a meia hora de casa a pé. ‘João’ confessa tudo.
RECONSTITUI OS ÚLTIMOS CRIMES E CONFESSA TUDO
Sete litros de vinho tinto por dia e apenas uma sandes a acompanhar; vendedor ambulante no desemprego; analfabeto; homem; 44 anos; solteiro; a viver com os pais; lança fogos perto de sua casa; de um extracto social baixo; desintegrado da sociedade. Tudo características que, como poucos, fazem ‘João’ encaixar no perfil do incendiário português que é traçado pela Polícia Judiciária. Depois de na sexta-feira ter sido identificado pelos investigadores, na sequência de um fogo menor em que foram levantadas suspeitas sobre si, ‘João’ acabou por confessar uma vida inteira a atear fogos na sua zona. No dia seguinte esteve com a PJ a reconstituir os últimos crimes e recordou a forma como, por motivo fútil, decidiu, por exemplo, puxar do seu isqueiro, pelas 12h00 de 21 de Agosto, e dar origem ao incêndio de Belas.
NORTE SOFRE MAIS COM FOGOS FLORESTAIS
O distrito de Vila Real foi ontem um dos mais atingidos pelos fogos de grandes dimensões que afectaram o País. Pelas 18h00, havia três activos: dois em Chaves e outro em Alijó. No total, estavam envolvidos no combate às chamas mais de 80 homens. Os distritos de Viseu, Leiria e Aveiro também registaram incêndios graves. O que envolveu mais combatentes (101) deflagrou em Ansião, pelas 14h00, no lugar de Lisboinha. Todos estes fogos deflagraram depois do meio-dia, com o aumento das temperaturas. Este mês já se registaram 3734 incêndios, sem contabilizar ainda os do dia de ontem.

PORMENORES
A Judiciária já apanhou 60 incendiários este ano, contra 21 de 2008: 21 por fogos florestais e 38 por fogos urbanos.

PRISÃO PREVENTIVA
‘João’, o incendiário que a PJ apanhou sexta-feira, foi ontem presente ao juiz e recolheu à ala psiquiátrica do Hospital-prisão de Caxias em prisão preventiva.

INVESTIGAÇÃO DIFÍCIL
A investigação a incêndios de origem criminosa é das mais complexas: por falta de provas materiais e testemunhais.


(com: Correio da Manhã)

2 comentários:

incendiários disse...

E alguns também são ateados pelos próprios bombeiros. E não digo mais nada.

Anónimo disse...

se o perfil e mesmo esse espero q nunca haja nenhum no jardim da devesa, esta mesmo a mao!!!!!

tótó