03 outubro 2006

Brasileiros de Vila de Rei desiludem-se

Passaram somente cinco meses desde a controvérsia chegada dos Brasileiros à vila de Vila de Rei.
Os piores prognósticos confirmaram-se, os brasileiros não se adaptaram. Uns partem, outros vivem em condições difíceis e outros pensam em partir.
Das cinco famílias originalmente instaladas em São João do Peso, Vila de Rei, uma regressou ao Brasil, outras duas mudaram-se para a sede de concelho e uma quinta foi morar para a Sertã.
O empresário, que a pedido da presidente de câmara, investiu o seu dinheiro na formação (na área da restauração) destes brasileiros, para tornar as suas estadias em Portugal legais, lamenta, em declarações à lusa, todo este processo, dizendo que: “Chegaram cá e a Câmara não os conseguia legalizar, só o podia fazer na restauração ou construção civil. Ficaram todos a trabalhar comigo, mas neste momento nenhum deles está”.
O projecto inicial da Câmara tinha como ideia base o repovoamento progressivo de Vila de Rei em várias etapas, ou seja, aos 15 cidadãos que chegaram à 5 meses, deviam-se juntar mais 250 cidadãos (60 famílias), até ao ano de 2008.
Como já havia sido debatido num outro artigo (consulte aqui) esta medida, levada a cabe pela Presidente de Vila de Rei, é, e passo a citar o que escrevi na altura, “decididamente esta autarca preteriu a solução pensada a longo prazo em deferimento da solução fácil e inconsequente, os prejuízos daí inerentes serão assoladores”.
Caberá na cabeça de alguém que estes estrangeiros fariam por Vila de Rei, num ano, aquilo que as pessoas da terra tentam fazer há décadas?
Não existirão “filhos da terra” que quererão fazer as suas vidas nas vilas e aldeias que os viram nascer?
Não terão estes brasileiros chocado com os mesmos problemas que todos nós, residentes da zona do pinhal, chocamos? Falta de emprego digno, perspectivas futuras, bom nível de vida, remunerações aceitáveis, etc….
Decididamente estes brasileiros foram usados e humilhados. Quão não será a humilhação que um Ser sente ao ser trazido para uma terra, que nada oferece e tudo exturque, e sabendo que vai trabalhar para onde mais ninguém quer trabalhar e ganhar o que ninguém quer ganhar?! Terão subestimando as suas capacidades, será que por virem de um pais do chamado terceiro mundo, lhes terá sido passado um atestado de ignorância e de falta de ambição? Que convenceu, afinal, os mentores desta ideia de que estes brasileiros não veriam o mundo para alem de Vila de Rei?
Criem condições e empregos de valor, se querem desenvolver esta região à base do emprego mal remunerado só tendem a aumentar a cada vez mais deficitária curva do desenvolvimento.
Para acabarem com este fluxo migratório negativo, devem, desde já, dar prioridade aos “vossos”, e pensarem neles como a base do nosso futuro. Talvez abstracto, eu chamo-lhe sensato!

17 comentários:

Anónimo disse...

voces nao dizem nada de jeito... Para quando o fim do blog?

Anónimo disse...

o observador tem razão não haviam condições para eles se fixarem, proponham á presidente de vila de rei que abra uns clubes de futebol e umas casas de alterne que eles logo voltam. Construção civil, hotelaria, trabalho, livra! se gostassem disso o barsil seria um país altamente desenvolvido.

Anónimo disse...

Que comentário mais racista belhaku. Se isto não é racismo, que é afinal racismo?
Sou também contra esta medida, convidar pessoas de outros paises a virem para as nossas terras, dando-lhes emprego, e vistos. Há cá tanta gente à procura de emprego, tanto imigrante ilegal à espera de ser legalizado, e trazem-nos lá de fora?! os que vieram para cá, vieram proque queriam prosperar no nosso pais, estes que vêm convidados, vêm para se aproveitarem do facto de ao virem para portugal terem o mercado de toda a europa aberto a eles.
Como a comissão europeia deu um puxão de orelhas aos espanhois por legalizarem 8 mil imigrantes africanos, também deviam dar a esta presidente de camara COMPLETAMENTE INCOMPETENTE. O governo devia avisar esta senhora. Estes presidentes de camara são cá uma tristeza, e depois vêm-se queixar que querem mais dinheiro. Só para fazer disparates.
Deiam emprego aos de cá, ou então aos que já estão cá.
Parece que a casmurra da mulher ainda quer trazer mais brasileiros no inicio do ano que vem. FDX, que não vªê nem quer ver a realidade

Anónimo disse...

já aqui em pedrógão é só pretos,brasileiros,cabo-verdianos,ucranianos....em sei lá!!è só droga prostituição e roubos nesta terra que era linda e sosegada!Os autarcas da nossa terra são os piores:são uma data de BEBADOS!

Anónimo disse...

é belhacu andaste a contá-los?E já confirmaste que as cuecas estavam badalhocas?andas a ver isso muito de perto, ó meu.

O Observador disse...

Leiam esta noticia publicada no jornal Diario de Noticias.

TiTulo: Repovoadores de Vila de Rei dizem-se enganados e querem voltar ao brasil

Um forte desejo de regressar ao Brasil. É este o sentimento geral dos brasileiros que em Maio chegaram para repovoar a desertificada Vila de Rei. Duas das quatro famílias integradas nesta projecto desenvolvido entre a autarquia local e a Prefeitura da cidade brasileira de Maringá, abandonaram o projecto, há um mês. E as outras duas também não se mostram satisfeitas com a sua situação.

A família Padilha fugiu para Cascais, confessando que chegaram a passar fome. Daiane, o seu irmão Daniel, e a sua cunhada Regiane, estão agora a juntar dinheiro para regressar a Maringá. No Brasil, o casal vendeu todos os móveis e electrodomésticos para poder comprar os bilhetes de avião. Quando chegaram, perceberam logo que a situação não era a esperada. A casa que lhes fora destinada, explicam, não tinha frigorífico nem fogão. Além disso, a alimentação e o emprego não eram garantidos. "Fomos enganados. A única coisa que a presidente da Câmara de Vila de Rei conseguiu foi trazer-nos para cá. Depois deixou-nos completamente desamparados", conta Daiane, de 20 anos.

Tal como as outras três famílias brasileiras, os Padilha ficaram a trabalhar na Albergaria D.Diniz, uma unidade hoteleira com 17 quartos e um restaurante. O ordenado mínimo que parecia, à partida, uma boa quantia, tendo em conta a realidade brasileira, revelou-se um pesadelo. O horário de trabalho começava às oito da manhã e terminava às duas da madrugada, mesmo aos fins-de-semana e feriados.

"O ritmo de trabalho é muito diferente daquele a que estávamos habituados. Além disso, o dinheiro que recebíamos era muito pouco, principalmente para quem quer refazer a vida", conta Daniel, 25 anos de idade.

Adélia e Pedro Oliveira também não se habituaram ao ritmo. Em Outubro de 2005, o casal soube, através de um anúncio publicado no Diário do Maringá, que Vila de Rei precisava de recrutar famílias com filhos, uma vez que a população estava a ficar envelhecida. Decidiram vir. Adélia e Pedro ficaram provisoriamente numa casa particular, em São João de Peso, localidade com 50 habitantes. Adélia é cabeleireira e não conseguiu apoios para montar um salão. E quando ela recebeu uma proposta para trabalhar na sua área, na Sertã, o casal arrumou as malas e mudou-se.

As famílias que ainda permanecem no projecto têm filhos. Divorciada e com dois filhos, Cecília Fraga, de 42 anos, trabalha como relações públicas numa empresa de construção. Cansada de tanta especulação e das guerras políticas, conta com a esmola dos vizinhos. "Nós não tínhamos a noção real do que estava à nossa espera. O custo de vida aqui é muito caro. O salário mínimo quase só dá para a renda de uma casa. Além disso, não se traz mão-de-obra qualificada para viver nestas condições."

No entanto, a psicóloga Letícia Duarte, 34 anos, diz-se resignada. Grávida do terceiro filho, ela e o seu marido insistem no projecto da nova vida. Passa os dias a cuidar dos idosos do Lar de Acolhimento de São João de Peso. E espera um dia poder exercer a sua profissão em Portugal, apesar da enorme burocracia.

O DN tentou ouvir a presidente da Câmara de Vila de Rei sobre estas situações, mas não obteve resposta. No entanto, em declarações a outros órgãos de comunicação social, a autarca Irene Barata defendeu que os brasileiros sabiam, à partida, que iriam receber o ordenado mínimo e que garantiu todas as condições prometidas. No início do próximo ano, o processo irá continuar, sendo esperados novos brasileiros em Vila de Rei.

Anónimo disse...

É certo que quando vemos uma oportunidade à nossa frente, o nosso instinto é agarrá-la, pois quando uma porta nos é aberta a tendência é entrar.

No entanto, estes queixosos brasileiros que para cá vieram não terão, por um lado, sido ingénuos ao ponto de embarcar numa aventura destas, sem primeiro questionarem a tão generosa oferta? Como por exemplo, quanto vou ganhar e quanto vou gastar, porque a diferença de câmbio é muito falaciosa; informar-me sobre o local de destino, porque o sonho faz o destino claramente atraente, sobretudo se se leva a família; saber onde vou ficar instalado e quais as condições, entre várias outras. A mim parece-me sensato questionar tudo e mais alguma coisa, pois “quando a esmola é de mais o santo desconfia”, já dizia a cantiga. Aqui houve fantasia a mais e pouca indagação. Ou, pelo contrário, terão sido perspicazes ao ponto de virem para cá como quem quer fazer o serviço, sim senhor, mas arranjam é uma maneira fácil de entrarem no nosso país, para posteriormente “assaltarem" a Europa com visto carimbado? Parecem-me duas razões plausíveis.

Portugal tem 500 000 imigrantes que, pelo que se vê, preferem os grandes centros litorais ao interior, agora esta senhora achava e ainda acha que estes iam ser diferentes. As provas estão à vista e esta senhora ainda tem o descaramento de ir à televisão comunicar que: “Para o ano o processo continuará.” Continuará a fracassar, só pode! Oh minha senhora, esteja lá caladinha e abra-me esses olhos!

visionarium disse...

Muito bom comentário popcorn, bem redigido e fundamentado.
Um exemplo a ter em conta para os utilizadores que só escrevem disparates neste blog.
Mais uma vez parabéns, espero que continue connosco

Luis Beirão disse...

Cito do artigo: "Das cinco famílias originalmente instaladas em São João do Peso, Vila de Rei, uma regressou ao Brasil, outras duas mudaram-se para a sede de concelho e uma quinta foi morar para a Sertã."
Deve haver algum engano, passa-se da terceira para a quinta? E a quarta? Ou a pressa de demonstrar que tudo não passou de um erro é muita?
Peço desculpa, não é minha intenção provocar, mas parece-me que este debate teria pano para mangas... E se for na base de comentários tipo o do belhaku, estamos bem, estamos...

Anónimo disse...

Uma coisa é certa, a terapia do erro é algo que não existe lá para os lados de vila de rei. Costuma-se dizer que inteligente é quem aprende com os próprios erros, génio é quem aprende com os dos outros, mas neste caso nem uma coisa nem outra. Impressiona pela negativa a falta de respeito pelo erário público desta senhora, será que não existirão prioridades naquele concelho onde se possa gastar este dinheiro? Pode começar por o gastar a arranjar forma de fixar os jovens e assim já garante a repovoação. Parece-me óbvio que a presidente da câmara ainda não descobriu que as pessoas não são como as árvores, que se plantam, e lá ficam, tome cuidado porque pelos vistos, mesmo que não acredite, os brasileiros teem vontade própria. podia ter aprendido por conta própria se parasse um pouco para pensar porqe é que existe desertificação, falta de oportunidades.
Deixo-lhe uma sugestão em jeito de brincadeira, vá buscá-los por altura das festas do concelho, assim pode fazer uma noite de intercâmbio cultural, poupa no cartaz, já é uma ajuda para pagar as passagens, e acima de tudo vai ser uma noite memoravé com uma excelente artista, você!

O Observador disse...

Caro Luís Beirão, as 2 famílias que não são mencionadas, são as únicas que ficaram em Vila de rei. Mas há desenvolvimentos:

A Câmara Municipal de Vila de Rei reagiu “com grande admiração” às declarações proferidas por alguns cidadãos brasileiros beneficiários do projecto de combate à desertificação e, ontem, em comunicado, fez questão de deixar claro que “o prometido foi cumprido: habitação, alimentação e emprego”.
O projecto de combate à desertificação passa pela fixação de brasileiros no concelho, no âmbito de um protocolo com o município de Maringá. Desde que os primeiros beneficiários chegaram, têm surgido algumas críticas à organização do projecto. A autarquia de Vila de Rei achou que estava na altura de se defender.

Cecília Fraga, uma das beneficiárias, queixou-se de não ter apoio e de o filho não ter vaga na creche. Segundo a Câmara de Vila de Rei, “sem qualquer justificação ou sequer informação” Cecília “transferiu o filho para o particular” quando a autarquia lhe havia disponibilizado uma vaga num jardim-de-infância criado para “colmatar a falta de vagas no jardim-de-infância oficial”. Cecília queixa-se ainda de dificuldades financeiras. A autarquia responde: Cecília “praticamente recusou trabalhar na IPSS”, contrariando assim a própria que, segundo disse, estava disponível para trabalhar em qualquer coisa. Outros beneficiários mudaram-se para a Sertã sem “nada dizerem” e outros ainda, soube a autarquia por terceiros, regressaram ao Brasil. Perante isto, a Câmara de Vale de Rei informa: “O que falhou neste processo não foi organização mas a falta de vontade das pessoas que vieram”.
(Fonte: Correio da Manhã)

Luis Beirão disse...

Caro observador,

Ainda bem que houve esclarecimento em relação ao lapso do texto.
E ainda bem que, pelo menos, citou alguma da argumentação com a qual a câmara se defende.
Também deixo claro eu não é minha intenção defender a senhora Barata, a qual não conheço nem à qual devo justificações, mas há que levar em linha de conta que o problema não estará tanto na iniciativa, mas sim na predisposição dos brasileiros em causa.
É óbvio que podíamos aqui discutir uma série de outra iniciativas onde a câmara podia empregar o dinheiro e que se calhar não seria menos válidas e teriam melhores resultados, mas acho bem que, pelo menos, se faça a avaliação final só após termos mais alguns dadaos que, inevitavelmente, só chegarão após um número suficiente de famílias terem chegado. Porque cada pessoa é uma pessoa, e recuso-me a acreditar que todos os que chegarem revelem a inadaptação deste primeiros... demos tempo ao tempo, mas também depois disso, saibamos reconhecer o eventual sucesso ou fracasso do programa, sem preconceitos de nenhuma espécie...

Anónimo disse...

acho q tens razão luis, mas andar a brincar á tentativa e erro com pessoas e dinheiros publicos é um bocado chato.

Anónimo disse...

Fiquei estarrecida ao ler certos comentários aqui! As pessoas que foram para Vila de Rei foram em busca de dias melhores, foram em busca de trabalho! São pessoas de formação superior.E mesmo que não tivessem nível superior .....
Estes idiotas tipo totó (nome de cachorro), belaku (nome de rato)e outros que por aí ficam denegrindo a imagem de uma nação inteira ,certamente devem ser uns frustrados, e altamente despeitados de brasileiros (pessoas inteligentes, honestas, trabalhadoras).
Ladrões, prostitutas, e mais o que vocês quiserem, existem no mundo todo, desde que o mundo é mundo e principalmente em Portugal (portugueses e portuguesas roubam, se prostituem, matam, etc).
Quem são vocês? Não passam de lixo da Europa.

Deixem de ser imbecís!!!!!

Anónimo disse...

olha lá anónima, se estás a fazer uma autobiografia na descrição da população portuguesa fica lá tu com a tua categoria. e digo-te mais tenho um cão, por acaso só um e podes ter a certeza q por vezes o respeito mais a ele do q a certas pessoas, se quiseres falar com ele apresento-to, com essas ideias é capaz de te conseguir entender.

Anónimo disse...

O grande problema desses brasileiros que foram trabalhar em Vila de Rei foi a escolha:se queriam progredir fora do Brasil, deveriam ter escolhido algum país de primeiro mundo como Canadá, USA, Austrália, mas não...foram logo para Portugal!!!! Sinônimo de atraso. Os portugueses não ficam em Portugal (que alguns dizem que são de primeiro mundo)...imagine?
Ah! Srª anônima:
se é belhaku ou belaku ..dá no mesmo , é tudo rato, é tudo cachorro rsrsrrssr

Luis Beirão disse...

Não queria intervir uma vez mais, mas face a alguns comentários aqui não resisto a fazê-lo.
Tudo, só para lembrar que o xauvinismo, a xenofobia (e o racismo, último grau desta escada), existem sempre de parte a parte. E não deviam...
Penso que esta carapuça deverá assentar a grupos dos dois lados, para que se moderem nos comentários...