A autarquia de Vila de Rei denuncia a empresa canadiana Redcorp Ventures, por fazer pros- pecções de ouro no seu território sem seu conhecimento e aprovação.
Rita Pereira, a arqueóloga do município, disse à Lusa que "esta sempre foi uma terra que prosperou, desde os tempos dos romanos, pelos seus minérios, especialmente pelas minas de ouro. Era uma terra inóspita que só trazia gente porque a exploração mineira gerava interesse". Segundo disse, "não é de admirar que com as novas tecnologias se possa fazer um outro aproveitamento na extracção dos nossos minérios mas a Redcorp vai ter de justificar as informações que apresentam no seu site oficial onde chegam ao ponto de apresentar os locais de recolha - Estevais, Milreu, Lousa e Ribeiro - bem como os valores percentuais do seu teor aurífero".
Rita Pereira explicou à Lusa que "segundo deliberação camarária, aprovada por unanimidade em reunião de câmara, o requerente de uma licença de pesquisa deve apresentar (..) à entidade licenciadora (...) certidão de parecer favorável, como está referido no artigo 9º do diploma". Segundo a arqueóloga, "até ao momento não deu entrada nos serviços desta autarquia qualquer pedido de pesquisa e licenciamento da mesma pelo que os números apresentados no site oficial da empresa só podem ser fruto de uma pesquisa efectiva no terreno que não nos foi comunicada, o que origina uma falta grave".
Empresa desdramatiza
Rui Alverca, geólogo da empresa canadiana, confirmou, em declarações à Agência Lusa, que "foram seleccionados alguns alvos em Vila de Rei que podem originar abertura de trincheiras uma vez que os primeiros indicadores deram positivo em algumas zonas". O geólogo desdramatizou, no entanto, o que chamou de "cenário abusivo de exploração do território" ao dizer que "aquilo que fizemos até agora qualquer pessoa podia fazer pois só recolhemos amostras em apenas uma semana de trabalho de garimpo".
A empresa mineira Redcorps Ventures, com sede no Canadá, assinou um acordo com o Governo português no início de 2006, válido até Março de 2008, ficando com a concessão de exploração de uma área de 727 Km2 na zona centro do país, a que chamaram "Propriedade Vila de Rei", abrangendo os concelhos de Abrantes, Alvaiázere, Ansião, Ferreira do Zêzere, Figueiró dos Vinhos, Mação, Pedrógão Grande, Penela, Sardoal, Sertã, Tomar e Vila de Rei. A zona foi escolhida pelas fortes possibilidades de ali existirem dois importantes depósitos de ouro e prata, confirmadas por prospecções preliminares da empresa e do Instituto Geológico e Mineiro de Portugal.
Estado perdeu
privilégios sobre jazidas
O interesse da Redcorp na região surge numa altura em que, ao contrário do que acontecia até agora, o Estado já não tem privilégio sobre as jazidas encontradas, nem exige ser sócio maioritário das explorações mineiras, o que se torna mais atractivo para as grandes multinacionais. Mas também porque as cotações dos minérios subiram em flecha nos últimos anos, depois de terem atingido valores mínimos históricos na década de 90.
Fonte do Departamento de Prospecção de Minerais Metálicos do Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI) disse à Lusa que "uma onça de ouro valia 250 dólares em 2002 e hoje vale mais de 700. Com custos de exploração a rondar os 220 dólares, tudo o resto é lucro". O plano de trabalhos previstos até ao final de 2007, segundo se pode ler no site oficial da empresa canadiana, prevê perfurações em vários locais, até 600 metros de profundidade, representando um investimento de 110 mil euros.
Dois geólogos estão a recolher amostras para análise e a mapear a zona, incidindo sobretudo na região de Minderios (parte sul do concelho de Vila de Rei), onde as amostras recolhidas em vários veios de quartzo revelaram valores entre 2,5 e 11,6 gramas de ouro por tonelada. Segundo disse à Lusa Ricardo Aires, vice-presidente da autarquia, "importante era que, dois mil anos depois dos romanos, as novas minas de ouro de Vila de Rei criassem postos de trabalho e atraíssem turistas". Algo que, segundo o autarca, "valeria ouro para o futuro destas gentes".
Rita Pereira, a arqueóloga do município, disse à Lusa que "esta sempre foi uma terra que prosperou, desde os tempos dos romanos, pelos seus minérios, especialmente pelas minas de ouro. Era uma terra inóspita que só trazia gente porque a exploração mineira gerava interesse". Segundo disse, "não é de admirar que com as novas tecnologias se possa fazer um outro aproveitamento na extracção dos nossos minérios mas a Redcorp vai ter de justificar as informações que apresentam no seu site oficial onde chegam ao ponto de apresentar os locais de recolha - Estevais, Milreu, Lousa e Ribeiro - bem como os valores percentuais do seu teor aurífero".
Rita Pereira explicou à Lusa que "segundo deliberação camarária, aprovada por unanimidade em reunião de câmara, o requerente de uma licença de pesquisa deve apresentar (..) à entidade licenciadora (...) certidão de parecer favorável, como está referido no artigo 9º do diploma". Segundo a arqueóloga, "até ao momento não deu entrada nos serviços desta autarquia qualquer pedido de pesquisa e licenciamento da mesma pelo que os números apresentados no site oficial da empresa só podem ser fruto de uma pesquisa efectiva no terreno que não nos foi comunicada, o que origina uma falta grave".
Empresa desdramatiza
Rui Alverca, geólogo da empresa canadiana, confirmou, em declarações à Agência Lusa, que "foram seleccionados alguns alvos em Vila de Rei que podem originar abertura de trincheiras uma vez que os primeiros indicadores deram positivo em algumas zonas". O geólogo desdramatizou, no entanto, o que chamou de "cenário abusivo de exploração do território" ao dizer que "aquilo que fizemos até agora qualquer pessoa podia fazer pois só recolhemos amostras em apenas uma semana de trabalho de garimpo".
A empresa mineira Redcorps Ventures, com sede no Canadá, assinou um acordo com o Governo português no início de 2006, válido até Março de 2008, ficando com a concessão de exploração de uma área de 727 Km2 na zona centro do país, a que chamaram "Propriedade Vila de Rei", abrangendo os concelhos de Abrantes, Alvaiázere, Ansião, Ferreira do Zêzere, Figueiró dos Vinhos, Mação, Pedrógão Grande, Penela, Sardoal, Sertã, Tomar e Vila de Rei. A zona foi escolhida pelas fortes possibilidades de ali existirem dois importantes depósitos de ouro e prata, confirmadas por prospecções preliminares da empresa e do Instituto Geológico e Mineiro de Portugal.
Estado perdeu
privilégios sobre jazidas
O interesse da Redcorp na região surge numa altura em que, ao contrário do que acontecia até agora, o Estado já não tem privilégio sobre as jazidas encontradas, nem exige ser sócio maioritário das explorações mineiras, o que se torna mais atractivo para as grandes multinacionais. Mas também porque as cotações dos minérios subiram em flecha nos últimos anos, depois de terem atingido valores mínimos históricos na década de 90.
Fonte do Departamento de Prospecção de Minerais Metálicos do Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI) disse à Lusa que "uma onça de ouro valia 250 dólares em 2002 e hoje vale mais de 700. Com custos de exploração a rondar os 220 dólares, tudo o resto é lucro". O plano de trabalhos previstos até ao final de 2007, segundo se pode ler no site oficial da empresa canadiana, prevê perfurações em vários locais, até 600 metros de profundidade, representando um investimento de 110 mil euros.
Dois geólogos estão a recolher amostras para análise e a mapear a zona, incidindo sobretudo na região de Minderios (parte sul do concelho de Vila de Rei), onde as amostras recolhidas em vários veios de quartzo revelaram valores entre 2,5 e 11,6 gramas de ouro por tonelada. Segundo disse à Lusa Ricardo Aires, vice-presidente da autarquia, "importante era que, dois mil anos depois dos romanos, as novas minas de ouro de Vila de Rei criassem postos de trabalho e atraíssem turistas". Algo que, segundo o autarca, "valeria ouro para o futuro destas gentes".
(por: asbeirasonline)
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