03 maio 2006

Lei da paridade – Consensual ou Controversa?

Foi recentemente (20 de Abril) aprovada em assembleia da república a lei da paridade. Posso caracterizar esta lei recorrendo-me de dois vocábulos, unanimidade e controvérsia, o primeiro destaca-se pela sua escassez, o segundo pela sua excessividade. A lei da paridade pretende obrigar os partidos políticos à inclusão de pelo menos 33% de mulheres nas suas listas para Assembleia da República, Parlamento Europeu e Autarquias Locais. Estranha forma esta de combater a carência de mulheres no quadrante político português, obrigando os partidos políticos a criar cotas mínimas. O problema é real, ninguém o nega, mas será esta a melhor solução? Porque não passar-se à criação de cotas para cidadãos imigrantes, negros, indianos, ciganos, jovens, idosos, homossexuais, agricultores, etc., a ideia é simples, mas irónica, faz-se um levantamento de quais são os estereótipos da sociedade portuguesa que não têm uma presença regular nos actos eleitorais e criamos cotas para todos eles.
Não se sentirão as mulheres inferiorizadas com a aplicação desta lei? Será que não há mulheres capazes e com mérito de vingar na nossa vida política? No sector privado não foi necessário recorrer a cotas para colocar mulheres (e cada vez mais) nos lugares de topo, estas chegaram lá por objectivo e aptidão profissional. O cerne do problema está na própria carreira politica que nos dias de hoje é pouco cativante, se não vejamos a qualidade média geral dos nossos políticos, está muito aquém daquilo que seria desejável, pelo que esta lei não trará para a política mulheres que tenham mérito, mas sim comadres e amigas dos actuais políticos. A solução passa essencialmente pela criação de condições que tornem a carreira politica desejável, tanto para os homens, como para as mulheres. Como pode um estado livre e democrático criar uma lei que restringe os partidos políticos de formar as suas listas como bem entenderem? Se temos um governo tão democrático e social, porque ignora este que existem outros importantes cargos políticos, de que são exemplo o próprio Governo (actualmente só há uma mulher ministra) e os cargos dirigentes da Administração Pública preenchidos por nomeação e para os quais não foram criadas cotas?
Convido e desafio todas as mulheres dos nossos 4 concelhos a formarem listas para as próximas eleições autárquicas, esta sim seria uma democracia saudável e desejável.

8 comentários:

Anónimo disse...

Quais é que são os 4 concelhos?

Anónimo disse...

É isso mesmo! Todas as mulheres de pedrogão e arredores para o parlamento! Chefiadas pela filha do dr!

Anónimo disse...

Assim ñ vale! todos nós sabemos que ela n vai ter tempo nenhum para o parlamento! a grande cunha que lhe arranjaram na tecnologica tira-lhe o tempo tempo...mas há quem diga que ela vai para o pingo doce da serta...eu ja n percebio nada disto...

Anónimo disse...

Será que o pessoal não consegue elevar um pouco o nível de discussão?
Porque têm de levar sempre para casos pessoais? o que interessa a "filha do Dr"? Mediante a qualidade do artigo e a pertinência do tema, vêm com esta conversa? Acho que isto é, como diz o povo, "dar pérolas a porcos" (sem ofensa, obviamente).
Quanto ao tema propriamente dito, estou totalmente de acordo, acho que se trata da medida legislativa mais machista que se podia fazer. As escolhas devem ser sempre feitas por mérito e nunca por imposição.

Anónimo disse...

Estou de acordo com o dn e sou mulher.
Para mim deveria haver mais mulheres em todos os orgãos, por mérito e não por quotas, mas enquanto Portugal for um país de maxistas, nós mulheres estamos mal.

Anónimo disse...

Já acabavam com a possibilidade de comentar...

LD

Anónimo disse...

Sou a favor desta lei, é preciso dar uma ajuda as mulheres, estas estão travadas por factores ideologicos e historicos. É uma medida que penso existir já em outros paises pelo que sou completamente a favor. Pensem que a médio prazo as mulheres acabaram por se unir e acabaram por ter uma força conseguida e combinada na politica.

O Observador disse...

O Presidente da Républica Cavaco Silva esteve bem ao vetar esta lei.