É usual afirmar-se que a qualidade de vida nas vilas e aldeias é superior à das cidades, os argumentos são fortes: menos poluição, menos barulho, nível de vida mais calmo e por consequência menos stress. Mas será realmente assim, teremos nós melhor qualidade de vida que os citadinos? Não estará a nossa balança um pouco viciada para os prós ou a pesar mal os contras? Vejamos o “nosso” exemplo: falta de médicos em centros de saúde onde actualmente se equaciona o encerramento do S.A.P de Figueiró dos Vinhos, em casos de problemas de saúde graves não temos ao nosso dispor uma equipa do I.N.E.M. esta tem de se deslocar de Coimbra ou Leiria; a nível de ensino há menos escolha de cursos (ensino secundário - regime geral) e nos exames nacionais estamos sempre nas posições mais baixas do ranking; o nível de vida mais caro, pela falta de concorrência entre supermercados e consequente “monopolismo”; o policiamento é fraco ou quase inexistente; falta de transportes públicos que trazem muitos inconvenientes para as pessoas mais idosas e sem outra possibilidade de se movimentarem; falta de emprego para pessoas com formação académica avançada, fazendo com que a nossa população tenha um nível de formação mais baixo em relação à das cidades; atrasos tecnológicos e infra estruturais; … é melhor parar por aqui antes que digam que tenho falta de “patriotismo regional”, agora tenhamos algum espírito autocrítico e questionemo-nos porque é que não vivemos melhor? È obvio que o número de pessoas existentes numa cidade é bastante superior ao dos nossos concelhos, isso faz com que nas cidades haja uma maior oferta de recursos, mas não teremos nós alguma culpa por as pessoas se deslocarem cada vez mais para as cidades e não se fixarem na nossa região? Conheço pessoas que até gostavam de fazer vida na nossa região (mesmo depois de equacionarem os pontos que referi em cima) mas depois quando são confrontadas com o imenso problema que é fazer uma casa ficam um pouco assustadas e frustradas (ler artigo do blog sobre: “O P.D.M. mata as nossas aldeias”) acabando por desistir dessa ideia. Não tenho uma solução/sugestão única para a resolução destes problemas, mas julgo que o nosso futuro terá de passar pela fusão dos nossos três concelhos (Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra), a racionalização de meios e o peso de um concelho representativo de mais habitantes poderão trazer novas perspectivas de futuro para todos nós.
11 comentários:
Caro Observador, não poderia estar mais de acordo com a análise feita neste artigo. Embora o processo de globalização e massificação, devido ao explosivo desenvolvimento dos meios de comunicação em geral, tenha atenuado esta dicotomia rural/urbano, ela continua a verificar-se em muitos casos, nomeadamente naqueles que foram referidos.
Gosto da volta que é dada no artigo. Julgo que há diferentes modos de vida, o do interior e o do litoral. São opções mesmo que estas nos tragam mais inconvenientes, como menos prosperação de carreira profissional, o cuidados de saude tamb+em é verdade, gastamos muito mais dinheiro que aqueles que vivem nos grandes centros urbanos. A calmaria e o ar puro do interior acabam-se por pagar, e não devia ser assim! Sou a favor de um estado socialista com igualdade de direitos e opções entre todos. Não vejo como podessemos ganhar com a extinção dos concelhos, assim sempre vamos tendo 3 concelhos a puxar para uma mesma região, caso contrário seria só um.
Caro alertaconstrutiva, afirma no seu comentário que a mentalidade das pessoas do interior não está suficientemente preparada para deixar de parte as razões de rivalidade (que são na sua grande maioria infundamentadas ou de cariz pessoal) nem que isso lhes traga consequências negativas, é devido a esse tipo de "preconceito evolutivo" que somos uma das zonas mais pobres do país. Noto também alguma contradição no seu artigo, como podem três concelhos rivais (segundo diz) coabitar e pensar como um todo dentro de uma comunidade intermunicipal? Não concordo quando diz que a fundição dos 3 concelhos seria o caminho mais fácil de percorrer, a reestruturação e racionalização dos meios existentes nos três concelhos originaria um repensar profundo e bastante complexo, quer por parte dos nossos políticos, quer por parte das nossas populações, pelo que este seria (ao contrário do que diz) o caminho mais difícil de percorrer, pois teria de acabar com interesses corporativos (políticos e associativos) bastante enraizados na nossa região. As sociedades que por orgulho ou medo do progresso não fizeram por se adaptar aos novos desafios que a barra cronológica lhes ia proporcionando obtiveram um lugar de destaque nessa mesma barra, são hoje vistas como um exemplo de fracasso. Julgo que já está mais que demonstrado que continuar é matar, será assim tão difícil repensar?
Caro alertaconstrutiva, sinto que tem um excessivo "patriotismo concelhio" que acaba por influenciar bastante a sua posição. Diz no seu discurso que as sociedades que vão contra a vontade do seu povo acabam por se afundar no lodo, um pouco demagogo, não acha? Veja o seguinte exemplo, o concelho da Sertã tem uma área de 446.7 Km2 com 16 274 habitantes distribuídos por 14 freguesias, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra têm juntos uma área de 364.86 Km2 com 15.433 habitantes e 10 freguesias. A vila da Sertã é mais desenvolvida que qualquer um destes três concelhos, a vila de Cernache do Bom Jardim (uma das freguesias da sertã) é tão ou mais desenvolvida que algum dos três concelhos. Este é um exemplo de muitos.
Figueiró dos Vinhos para sempre. Não à fundição dos 3 concelhos, antes pertencer a Espanha.
Não me revejo, para já, inserido noutro concelho que não seja o meu. Mas julgo que se houver uma consciencialização e apresentação séria e coerente dos nossos politicos, será até um bom caminho a seguir. Agora é obvio que tudo passa pela reeducação dos nossos politicos, sem eles o povo não se mexe.
Caro alertaconstrutiva, convido-o a ler o artigo do blog: "Estudo mostra que somos os concelhos mais POBRES", que pode encontrar na seguinte página: http://tertuliadopinhal.blogspot.com/2006/04/estudo-mostra-que-somos-os-concelhos.html
Depois convido-o a repensar se estamos realmente a seguir o caminho certo.
Quanto ao exemplo que lhe dei, não concordo de forma alguma com a sua opinião, já argumentei de forma coerente e concisa a minha ideia, pelo que considero este assunto completamente esclarecido. Para terminar, e em modo de conclusão, penso que é graças a este tipo de debates que um blog marca a diferença.
Fundição só conheço a de Oeiras.
Saloios....
vão xamar Caro ó Carvalho
a solução certa: Pedrógão Grande como Câmara. As outras seriam juntas freguesia. Qual é a que tem mais dinamismo, hãã?
SERTÃ
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